quarta-feira, 7 de março de 2012

Não mais

É a pior morte, a do amor. Porque a morte de cada pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para a o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes. É uma morte experimental: um ensaio para você saber o que significa a morte ainda estando vivo, já que quando morrermos de fato, não saberemos.


Martha Medeiros in Fora de Mim


PS - Caio Fernando Abreu também trata do mesmo assunto, em termos bem parecidos em Extremos da Paixão (Pequenas Epifanias):  "E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo (a)."


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